Para quem mora em Van, já se tornou inevitável encontrar brasileiros com uma certa frequência. Até aí, tudo bem. O problema é que brasileiro tem uma forte tendência a ser mal-educado e inconveniente enquanto acha que está sendo engraçado e esperto. Ontem mesmo, a caminho da balada, o ônibus se enche de jovens brasileiros posando de esquiadores, que forçaram a barra para caber todos num ônibus que já estava cheio. Além da superlotação, eles começam a gritar, tirar sarro das pessoas e falar palavrões lá dentro. Patético!
É comum vermos em Vancouver grupos de estudantes e turistas de todos os lugares do mundo. Mas os únicos que se tornam tão insuportáveis - na verdade os únicos que causam desconforto algum quando em bando, infelizmente, são os brasileiros. Impossível não sentir vergonha.
O que eu noto sempre é aquela maldita herança cultural classista, colonial e arrogante que temos no Brasil, onde filhinhos de papai se acham no direito de ser (desculpem a palavra) ESCROTOS. Isso porque papai e mamãe, além de não terem dado educação a eles, devem achar bonitinho - e ainda por cima financiam tudo, em grande estilo. No BR e outros lugarejos semelhantes, ainda confunde-se muito riqueza material com arrogância, que sempre vem acompanhada de ignorância e estupidez. Este tipo de coisa não ocorre em sociedades mais desenvolvidas e é uma pena que essas "bestas" não entendam isso e nem se enxerguem.
Enfim, os "brazucas" (nem todos, claro, mas a maioria) realmente levam seu atraso cultural para onde quer que vão, o que é uma lástima, por mais que eles achem que estão "abafando". E, para ser sincero, mesmo aqueles que são mais discretos e adultos, que sabem se comportar e não dão vexame em público, mesmo eles demonstram seus preconceitos, desinformação e valores sub-desenvolvidos, provincianos e hipócritas em suas conversas e atitudes, razão pela qual minha cota de amigos brasileiros cada vez mais se limita. Voltando à "playboyzada", vergonha dá sim, com certeza, e até mesmo um pouquinho de raiva, pois foi por causa desse tipo de pobreza (mental e não econômica) que eu fui embora do Brasil e pretendo não mais voltar... Não importa o quão rico o Brasil venha a se tornar. Vai sempre ser uma favela, pois a verdadeira riqueza está na cultura, no comportamento, nos valores e no espírito de um povo, e não em sua conta bancária.
18 comentários:
Eu imagino que isto seja extremamente comum pois eu que só sai do país por duas vezes tive o desprazer de testemunhar uma cena dessas. Foi no aeroporto, acho que do Panamá, um grupo de brasileiros esperava na fila para embarcar e faziam tanto barulho que chamavam a atenção de todos ao redor. Sabe aquelas brincadeiras típicas de "zé-graça" na porta de balada ou nas esquinas da vida, com gritaria e piadinhas idiotas um tirando sarro do outro?? Eu olhava para aquilo e me sentia muito envergonhada. Deu vontade de arriscar um espanhol ou o inglês, só para não ser posta no mesmo saco que esse pessoal. E é bem isso mesmo que você falou, supõe-se que quem viaja para fora tem melhores condições financeiras e os membros desta classe, tão mal-acostumados a serem toscos aqui, não percebem o ridículo que estão fazendo, fora o incômodo que causam. Shame on you brazilians!!
São mesmo uns merdas... mas só dão vexame explícito qdo estão de "bandinho". Só exteriorizam a própria escrotice junto c/ a "galera" - coisa q ocorre tb qdo eles arranjam briga, por exemplo. Mais merda impossível.
Alex, cada dia que passa eu te invejo mais. Pelo menos você aí tem contato limitado com esse tipo de gente (brasileiros típicos). Mas eu aqui já estou de saco cheio faz tempo. Pior que não adianta nem mudar para uma cidade maior, pois essa mentalidade tosca persiste quase que universalmente. Antes eu convivia com uns 15 "brasileiros típicos" no trabalho. Agora eu convivo com mais de 300. Bem-vindo ao inferno tosco!!!... rs... Um dia também quero me mandar daqui... Antes que seja tarde demais pra minha sanidade.
Giuliano, realmente, a única saída é ir embora do Brasil, simplesmente pq o problema do BR é o brasileiro. Era isso q eu explicava prá minha família, por exemplo, qdo eles me vinham c/ idéias e sugestões sobre lugares "bacanas" p/ viver aí ou de empregos e coisas interessantes p/ se fazer. Eu só acreditaria na possibilidade de ser feliz no BR se eu fosse eremita e estivesse a fim de me isolar no mato. Pq, se vc tem q lidar todos os dias c/ as pessoas, c/ aquela maldita cultura e a falta de educação e de inteligência do dia-a-dia, não tem jeito não.
Acho que nem sendo eremita daria pra gente viver no Brasil sem ser incomodado. A nossa misantropia seletiva até nos impede de chegar perto de gente assim. Mas o grande problema é que eles é que insistem em avançar o sinal pra cima da gente. Aliás, como fazem em qualquer lugar do mundo. A solução para o brasileiro é exportar todos os recém-nascidos para um país decente, deixando o país nas mãos de quem já não tem mais conserto. No dia que morrer o último, aí os que se foram poderão voltar. Só então.
Verdade... so assim mesmo. Tem q zerar tudo, apagar essa cultura e comecar de novo hehehe.
Alex, falando em brasileiros, palhacinhos e etc, me permite uma sugestão? Eu sei que você não é exatamente um cara "pop" então nem deve se preocupar muito com isso, mas fica como idéia um post futuro falando como é a organização dos grandes eventos ai em Vancouver ou em outras localidades do Canadá. Estou falando isso porque ontem aqui no Brasil foi uma correria só para comprar ingressos para o show do U2 (ok, ok...não precisa malhar a banda,,,kkk), eu mesmo fiquei 2 horas na madrugada tentando comprar, e pergunta se consegui. Dois comentários que li na internet me chamaram muito a atenção, uma moça disse: "aqui no brasil além da gente pagar muito mais caro, ainda assim não consegue" e o outro rapaz falou "quer fazer um brasileiro de palhaço, contrate uma banda internacional e venda ingressos pela internet"..rs, lembrei de você na hora. Fora que fiquei p da vida por ter tido que engolir essa falta de respeito. Não me lembro de você ter falado sobre shows especificamente e a busca no blog não funcionou, então fica a minha sugestão..hehe.
Oi Rosana. Sem problemas hehehe. Mas a verdade é q eu não sei nada sobre organização de grandes eventos aqui, pq não vou a grandes eventos. Todo meu universo cultural é no underground e até hj só fui em shows alternativos, onde vende-se ingressos pela internet (e funciona) mas eu simplesmente compro na porta, pq coisas underground nunca lotam e não tem q competir p/ comprar ingresso.
Mas eu sei q mesmo c/ bandas grandes, não há correria, pq sempre tocam aqui e o povo não é tão carente desgraçado como aí. Os ingressos geralmente acabam alguns dias antes do show (menos os caríssimos) mas ninguém reclama, tudo ocorre com calma e sem palhaçada alguma. Aqui é mais barato mesmo (relativamente), tem muito mais opção e bandas famosas o tempo todo. Ah, e tocam p/ menos gente, e vc consegue ver melhor os caras. Enfim, comparando dá muito dó mesmo dos otários q ficam aí se rasgando em frente aos hotéis e acampando em fila p/ comprar ingresso e p/ ser os primeiros dentre os 500 trilhões de pessoas a entrar no estádio. Mas eu realmente não participo desse mundo nem aqui. Se algum dia eu tiver a experiência e aprender eu coloco um post aqui sim. Sei q esse é um assunto de interesse geral, mas eu simplesmente tô por fora hahaha!
É assim mesmo, Fiona. Nem canadenses e nem brasileiros educados podem reclamar da maioria imbecil. Por isso temos que ir embora daí. Foi o que eu fiz. Não aguentava mais.
Duas histórias para ilustrar o que o Alex disse.
Esses dias eu estava na fila do teatro aqui em SP e havia 2 mulheres conversando, uma delas comentava que passou um mês na Holanda e lá deu um “jeitinho” de ser atendida rapidamente em todos os lugares, seja no aeroporto, teatro, restaurante baladas etc. e tal, de acordo com ela o pessoal lá tem um certo pavor de escândalo sabendo disso então ela armava estrondosos barracos em todos os lugares que ia, gritando em português, inglês e uma ou outra palavra em neerlandês, o pessoal de lá como não gosta de gente fazendo confusão acabava atendendo as solicitações dela primeiro e deixando os bem comportados pra trás, e pior ela ainda se orgulhava disso e estava sugerindo a amiga fazer o mesmo.
Outro dia eu estava pagando os pecados (quer dizer trabalhando) na drogaria, distraído no computador percebi que havia um cliente que estava sendo sempre passado pra trás pelos outros eu educa mente fui atendê-lo ele era estrangeiro e não falava português, atendi-o em inglês (meu inglês é precário, mas foi possível comunicar com ele) após o atendimento ele me perguntou se aqui no Brasil os nativos tem preferência sobre os estrangeiros na hora de ser atendido, eu falei que não e pedi desculpa por ele ter sido atendido depois de outro cliente que isto aconteceu por um erro nosso, ele disse que teve esta impressão, pois em todos os lugares que ele estava frequentando aqui no Brasil ele era sempre passado pra trás por outros brasileiros.
é pra ter vergonha ou não??
Foda. Aqui no Canadá e qq outro país de gente, isso nunca acontece. As pessoas se respeitam em filas, por questão moral mesmo. Justiça aqui vale em todos os graus - por isso não se vê "peixadas" e coisas similares. Qdo algum espertinho te corta na fila, ele 99% de chances de ser estrangeiro, geralmente comprovada pela aparência e idioma.
Apesar de tudo isso, brasileiro ainda desperta simpatia, mas só pq consegue se passar por "burro caloroso" e como aqui eles são carentes dessa espontaneidade e calor humano (ainda que fake) eles acabam perdoando e sorrindo qdo alguém diz q é brasileiro. Desde q não seja no momento exato de alguma escrotice enorme, é claro... nesses momentos eles olham feio ou até chamam a atenção mesmo.
Agora, uma outra observação relevante: a maior parte desse "amor" por brasileiros é de parte de homens carentes (quase todos aqui são) por mulheres gostosas (coisa que as brasileiras em geral são ou parecem). Quem acha q isso é mais amplo, tá enganado hehehe.
Continuando, isso me gera uma grande dúvida em me revelar como brasileiro ou deixar minha origem como duvidosa (se eu não disser ninguém consegue dizer de onde venho).
O q eu faço é o seguinte:
Em ambientes onde as pessoas não têm muito contato com brasileiro e não sabem ainda como eles são sem-educação, burrões, sem respeito e arrogantes, eu até digo, pois acho legal as pessoas saberem mais sobre mim, se eu gosto delas. No mais, nesses lugares as pessoas geralmente já me conhecem bem e ser brasileiro não vai me sujar. Ah, se revelar brasileiro p/ outros latinos tb não tem problema, pq eles pagam pau prá gente.
Agora, em lugares onde brasileiro já tá manjado e todo mundo já conhece o "tipo básico", e ainda não me conhecem direito, eu fico quieto. Melhor passar por italiano, quebecois ou mesmo português do q brasileiro. Em lugares muito frequentados por estudantes, por exemplo, as pessoas já conhecem bem a racinha. Eu nem passo perto desses lugares, mas se passar, não sou brasileiro.
Não é possível eleger qual das histórias do Luciano é a pior. Muita vergonha! Só estranhei o estrangeiro sendo passado para trás. Isso vai bem contra a cultura "paga- pau para gringo" que vigora por aqui. Enfim, pelo jeito quando se trata de tirar proveito até isso fica em segundo plano.
Como explicar para as pessoas que ser "espertalhão" não é uma virtude? E não, quem segue as regras e obedece as leis não é otário! Difícil conviver de forma indiferente à essa inversão de valores.
Tb acho q pagamos pau p/ gringo, mas qdo se trata de levar vantagem, eles tb são passados p/ trás - especialmente numa cidade grande, onde o tempo é valioso, cortar fila do gringo é esperado. Isso pq eles são educados e educação no Brasil se torna lerdeza.
Rosana, o pessoal não percebeu que ele era grino pois ele era muito reservado e estava calado, devem ter achado que era um brasileiro muiiiiito tímido e educado e resolveram tirar vantagem dele o tempo todo.
Humm...então agora fez sentido Luciano. As coisas continuam em seus devidos lugares..rs.
Descobri há pouco tempo o vlog de um garoto americano chamado Dericky e que ficou por um tempo no Brasil em um intercâmbio. Pelo pouco que vi, em seus vídeos ele conta as experiências que teve em terras brasileiras. Aqui um exemplo:
http://www.youtube.com/watch?v=yudQB9Dey4Y&feature=fvw
As histórias são bem simples, típicas de um adolescente no colégio, mas ainda assim despertam o sentimento que dá nome ao tópico "vergonha de ser brasileiro."
E para finalizar, um pouquinho de música brasileira :P
http://www.youtube.com/watch?v=X0xY2OjrW_k&feature=related
Coitado do moleque... brasileiro é tão original... até na hora de fazer brincadeirinhas com gringos...
Qto à parte das músicas... vexame puro.
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