Ao contrário do que ocorre em cidades como NY, Boston, Miami e até um pouco em Toronto, a população brasileira em Vancouver é muito pequena e dispersa. A impressão que se tem ao chegar, entretanto, é enganadora, pois geralmente se notam brasileiros pelas ruas, falando português. E isso só acontece porque Van é agora o destino número 1 de estudantes brasileiros no exterior, e isso faz parecer que somos numerosos aqui - e até somos, mas apenas se contarmos os temporários.
Fora eles, temos uma pequena comunidade de residentes que vem crescendo, mas bem devagar. Tanto é assim que as tentativas de se manter uma associação de brasileiros tem sido infrutíferas. Em sua maioria são jovens casais, com ou sem filhos, mas também temos gente solteira, assim como eu, embora me pareça que pouquíssimos têm a coragem de imigrar solteiros, preferindo fazê-lo em família.
Aqui não se vê brasileiros de projeção, como ocorre com minorias onde elas são bem representadas. Embora eu conheça médicos e engenheiros em atividade aqui, a maioria, ainda que qualificada, tem empregos bem "humildes", e os que vem sonhando com grandeza profissional e financeira voltam pro Brasil bem rapidinho.
O grupo que mais chama a atenção, principalmente na mídia social, são as "sponsorettes", moças que arranjam namorados canadenses na internet, que se tornam "sponsors" delas (bancam o processo de imigração e tudo mais), daí se casam e vêm para cá. Algumas são até bacanas; outras irritantes. Como geralmente não são qualificadas, muitas não trabalham, e por isso têm tempo e interesse em ficar exibindo a própria vida em detalhes prosaicos no Facebook, Orkut, etc. Isso até chegar as férias e elas poderem ir ao Brasil ostentar ao vivo para familiares e amigas seu status de mulher de gringo. Que inveja, hein?
Quanto aos poucos solteiro(a)s que conheci, são mais interessantes, pois são discretos, mais integrados e qualificados também. Nem parecem brasileiros e não ficam alardeando sua brasilidade ou caçando compatriotas por aí afora. Pena que são tão poucos.
Em contraposição a tudo isso, a cultura brasileira é relativamente visível (música, capoeira, culinária, etc) mas eu considero que isso não tem necessariamente muito a ver com a importância da comunidade local, e sim com uma tendência mundial de interesse pela nossa cultura, uma "modinha" que já vem existindo em muitos lugares, há mais de uma década. Sim, nós temos fãs!
Enfim, me parece também que aqueles que conseguem sobreviver aos primeiros anos são felizes aqui. Mas Van não é território brazuca, e quem precisa do suporte de uma comunidade grande e bem estabelecida (ao invés de amiguinhos fúteis, deslumbrados e/ou temporários) vai ficar órfão aqui.
2 comentários:
Você levantou uma questão importante Alex quando se pensa em mudar de país, que é a de abandonar uma profissão e aceitar uma mais "humilde" como você mesmo disse. Acho isso um ponto complicado. Quando a pessoa não tem uma formação, ou até tem diploma mas não exerce a profissão a decisão da mudança pode ser simplificada. Agora fico imaginando o quanto deve ser complicada a situação oposta, de ter uma boa formação e boas perspectivas profissionais e decidir recomeçar do zero em outro lugar, mesmo que este ofereça infinitas vantagens.
Sem comentários para as "sponsorettes". O pior de tudo é que estes tipos são consideradas mulheres de sucesso. São as famosas "bem-casadas" da vida, só ganham das "mulheres de militar". Nojo!
Realmente, Rosana. No meu caso, formado em Direito mas sem nunca ter exercido, foi fácil pegar um trampo mais "humilde" e começar do zero mas, se eu estivesse firme numa carreira que eu gostasse de verdade, eu ia ter q fazer tudo q a lei exige p/ exercê-la aqui e se não conseguisse, acho q iria embora tb. Mas, felizmente (ou não), não foi o meu caso. Ser um "perdido profissional" me ajudou muito a ficar aqui (por não ter expectativas profissionais definidas), mas tb faz com que ainda precise me encontrar profissionalmente, e já não sou tão novinho. Este vai ser meu próximo grande desafio.
Qto á mulherada cabecinha que se acha, como sempre, nem precisa comentar mesmo hehehe. Mas pior ainda é quem paga pau p/ elas.
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