Eu sempre ensinei p/ os meus alunos aquele blablablá básico sobre Halloween: trick or treat, símbolos, origens pagãs e etc. Aquilo tudo é verdade, é “família” e é o que diverte a criançada, mas não é o mais importante, na prática. Na real, o Halloween, é o que o carnaval é p/ os brasileiros. Aqui, os mais sarcásticos o chamam de “natal do sexo”. Ou seja, é uma festividade tradicional, adaptada à sacanagem. Assim como os brasileiros fazem no carnaval coisas que não fariam em outras épocas, se sentindo mais “saidinhos”, libertinos e dispostos a queimar o filme, levar foras e etc, aqui na América do Norte, o mesmo ocorre no Halloween. É época de todo mundo fazer uma forcinha extra p/ ir a baladas e ir vestido de forma extremamente provocante, e de fazer toda aquela queimação de filme básica. Nada de bruxinhas não… as mulheres se vestem de coisas beeeeem mais interessantes.
“Freud explica” que quando estamos fantasiados e/ou participando de festivais onde a licenciosidade está decretada, perdemos os pudores, vergonha e medo de rejeição, pois assumimos um personagem, nos misturamos à multidão e perdemos a nossa própria personalidade, que fica protegida, por máscaras diversas. E é verdade. Nós sabemos bem disso. Pelo menos p/ a maioria das pessoas realmente funciona. Claro que não vem nem ao caso comparar com aquela coisa patética que é o Halloween no Brasil, onde a comunzada vai para festinhas idênticas àquelas que ocorrem o ano todo, ouvir os mesmos axés, funks e pagodes, nem se fantasiam e não fazem nada de diferente além de dizer que foram ao “raloín tal”. É puro colonialismo capenga e mal ajambrado.O nosso negócio é carnaval. O deles aqui é halloween - e aqui sim, uma coisa bem autêntica e tradicional, agora também pervertida, o que a deixou melhor ainda. (Out/2009)
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