Até que ponto o puritanismo e a repressão sexual podem “pirar“ uma pessoa “de bem“? Uma boa idéia pode ser tirada de um caso judiciário nas manchetes esta semana: um respeitado e bem-sucedido coronel da Força Aérea canadense foi a julgamento por invadir casas, vestir lingerie, se masturbar e roubar algumas calcinhas. Até aí chega a ser engraçado. O problema é que ele acabou matando duas mulheres. O que parecia piada se tornou trágico. Mas mesmo que só houvesse a “piada”, ela não deveria provocar risos, pois reflete um problema cultural muito sério, que é a repressão sexual, algo presente em quase todas as culturas humanas ditas “civilizadas“, em diferentes graus.
Esta é uma boa oportunidade para falar um pouco sobre crime no Canadá e, de preferência, crimes bizarros. Dois outros casos valem menção:
Caso Pickton: um maluco aqui de BC que vivia numa fazenda tinha o hábito de matar prostitutas. Matou dezenas. E o que ele fazia com os corpos? Luingüiça! Sim, infelizmente, algumas pessoas devem ter comido lingüiça humana, no mau sentido.
Caso Homolka: um casal tinha mania de seduzir garotas, transar com elas (ou violentar) e depois matá-las. Não fosse pela violência, eu diria que eles seriam até admiráveis e sexy. Inclusive a moça era muito bonita e sedutora. Uma pena que no fim a coisa ficava feia. Fato ainda mais bizarro: uma das vítimas foi a irmã mais nova da criminosa. Muito triste. Este caso virou até filme. Veja o cartaz abaixo.
É notório o fato de sexo estar sempre presente nos crimes mais horrendos. Mais um motivo pelo qual eu acho que nossa sociedade deveria procurar uma melhor saúde sexual, sendo menos moralista, puritana, religiosa, hipócrita, repressora, reprimida e broxada. Muitos desses problemas poderiam ser evitados, se as pessoas tivessem a mente mais aberta e se sentissem mais à vontade com sua sexualidade e transassem mais, sem todo o peso, regras e condições colocadas ao sexo pela cultura “família”, monogâmica, romântica e insegura, criada, no nosso caso, pelas religiões abrahâmicas e o modo de vida burguês, que prescreve a todos a farsa do casamento. Coisas que vão muito contra a natureza humana.
Saindo um pouco da questão sexual, sabemos que a criminalidade no Canadá é baixíssima. O que ocorre geralmente são pequenos crimes e sem violência alguma, como furto de bicicletas ou arrombamento de carros, geralmente por parte de viciados em drogas. Aqui existem poucas armas de fogo e pouquíssimos homicídios ou assaltos. Sequestros não existem.
Apesar do incômodo gerado por “crimezinhos amadores“ ou dos absurdos relatados na primeira parte deste post, a situação aqui é muito tranquilizadora, não existe medo ou sensação de insegurança, e eu explico o porquê: aqui, os crimes, além de poucos e quase sempre não-violentos, são cometidos geralmente por pessoas claramente perturbadas, que são em número reduzido se comparado com o total da população. Enquanto que, no Brasil e outros países semelhantes, o crime é cometido por qualquer tipo de pessoa, gente saudável. Os criminosos são muitos e o crime já virou uma espécie de profissão para uma enorme parte da população excluída – e é por esta razão que as autoridades, mesmo que não fossem incompetentes, ainda assim não dariam conta de prender tanto bandido como nós temos no BR. Gente que não é perturbada, mas apenas criminosa, simplesmente porque o sistema as permite ser, pois é fácil cometer crimes e não ser preso. É muita bandidagem, em todos os lugares. E muitas das pessoas que optam por este modo de vida são ou se tornam altamente violentas, como sabemos. Matar se torna uma hábito comum do dia-a-dia “profissional“. Enfim, esta é a diferença. (Out/2010)
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