A notícia mais importante da semana foram as eleições provinciais em Alberta, que é nossa única vizinha. A província é conhecida principalmente por dois motivos: ser a mais rica do Canadá e também a mais conservadora. Ah, também tem um inverno devastador, mas isso não é coisa rara por aqui...
E eles são tão conservadores que o partido conservador de lá (que se chama "Conservador Progressista") tem estado no poder ininterruptamente há 4 décadas. Até aí, novidade alguma também. Mas este ano eles correram o risco de perder para um novo partido, o "Rosa Selvagem" (tal tipo de rosa é um símbolo de Aberta e daí a escolha do nome). Apesar do nome bacana e de uma liderança jovem e carismática, eles são o cúmulo do neo-conservadorismo retrógrado com cara de moderno - o mesmo tipo de coisa que há nos EUA no momento, com o "Tea Party" (mais uma oportunidade para os que tiram sarro de Alberta chamando-a de roça e sucursal ideológica dos EUA). E, cá prá nós, não deixa de ser mesmo um "Texas canadense".
Mas, felizmente, conservadorismo no Canadá tem limite. Apesar dos prognósticos, o Rosa Selvagem se deu mal, e isso porque o povo (mesmo conservador) se assustou e resolveu de última hora ficar com os conservadores "progressistas" de sempre em vez da nova extrema direita "bonitinha". Inclusive, até liberais (sem chances de ganhar lá) votaram nos conservadores - de modo estratégico, para tirar a vitória dos extrema-direita, e conseguiram. No fim, apesar da continuidade conservadora tradicional, ficou uma sensação positiva, pois os canadenses - mesmo os mais tradicionais - mostraram que não se deixam levar por conservadorismo exacerbado, ainda que sedutor e "moderninho". Isso é muito bom.
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