Discriminação no mercado de trabalho

Como sabemos, o maior desafio para um novo imigrante é encontrar o primeiro emprego no novo país. E uma recente pesquisa (que já foi feita antes) só vem a confirmar algo desanimador: existe discriminação no recrutamento de profissionais. Uma universidade de Toronto enviou os mesmos currículos apenas com nomes diferentes para empresas em todas as grandes cidades canadenses e comprovou algo que já se sabia: nomes ingleses têm 35% em média mais chances de serem chamados para uma entrevista.

Na minha análise pessoal, não se trata de racismo puro e simples, ninguém considera que imigrantes sejam "raças inferiores" e nada disso. Nunca senti racismo algum aqui - muito pelo contrário. Eu acho que o que acontece, que não é exatamente racismo mas também não ver admitido pelas empresas, é o fato de que, ao contratar imigrantes de certos países (especialmente asiáticos) elas estão arriscando ter que lidar com sérios problemas de adaptação ao ambiente de trabalho canadense. E esses problemas podem ser vários; especialmente, como muitos podem imaginar, a velha "falta de educação" e o sotaque, que em alguns casos faz com que a pessoa seja simplesmente ininteligível - e eu conheço muitos exemplos disso. Numa economia tão voltada ao setor de serviços, onde o contato direto com o público é uma constante, ter empregados que não conseguem se comunicar direito ou exigem paciência dos clientes é atirar no próprio pé.

Esta realidade apenas colabora com o fenômeno dos "guetos" culturais e dificulta ainda mais a vida dos que chegam. Mas também não se pode culpar totalmente as empresas, como eu já disse. Uma vantagem para Vancouver, talvez por ter uma comunidade asiática tão grande e por já haverem muitas pessoas com nomes exóticos mas que foram nascidas, estudaram e cresceram aqui: a vantagem dos nomes ingleses para conseguir entrevistas é de apenas 20% sobre os demais.