Não reparem não, mas ando numa fase de auto-avaliação (coisa que todo mundo deveria fazer de vez em quando) e é inevitável olhar p/ o passado, o presente e o futuro. Ontem eu estava refletindo sobre países, culturas e estilos de vida. Hoje, mídia social e o estranho (e útil) efeito que ela me causa às vezes.
Há tempos não tenho mais Orkut (ao meu ver, a maior estupidez da internet), mas tenho Facebook (que também pode ser idiota, mas nem tanto), site que antes era muito pouco difundido no Brasil, mas agora já se populariza também.
O que me assombra às vezes é como as pessoas mudam, se formatam de acordo com o que é esperado delas. Quase todas as vezes em que entro, me aparecem amigos de amigos que eram meus conhecidos (e alguns até amigos mesmo) há uns 10, 15 ou 20 anos atrás. Muitos eram figuras folclóricas e muito engraçadas, outros rebeldes, irreverentes, brigões, "doidões". Tinha de tudo. E o que eu vejo agora são pais de família comportados, e até obedientes, muitos usando "foto-casal" no perfil, p/ agradar ou tranquilizar a "patroa" ciumenta, alguns com um visual profissional, já gordos, desgastados, aparentando aquela acomodação mórbida, aquela atitude domada e sedentária de "chuteira pendurada" que aflige os casados, pois sabemos que o casamento não é uma mera formalidade - ele muda tudo na vida de uma pessoa que segue as regras da sociedade. Ao contrários do que ocorre com as borboletas, elas precisam entrar num casulo p/ perder as asas, enraizar e "sossegar".
Realmente, eles confirmam aquele papinho de que rebeldia é "coisa da juventude" e que depois as pessoas "tomam jeito". E isso é verdade p/ quase todo mundo, e muito deprimente e decepcionante também. Rebeldia deveria ser uma postura consciente, intelectual e duradoura, e não apenas uma fase. Felizmente, aquela rebeldia mais autêntica, que não se expressa apenas através do visual ou expressões infantis de revolta - aquela que se traduz em posicionamentos firmes perante a própria vida - ela permanece no espírito dos poucos que a possuem e, com certeza, apenas se refina com o passar das décadas, ao invés de desaparecer.
Quanto a mim, sempre fui aquele rapazinho comportado, que não chamava a atenção, não criava problema, mas pensava diferente, e pensava muito. E também achava que, de ideias deveriam advir atitudes concretas de resistência, no sentido de nunca se submeter aos padrões que não fazem sentido. E eu continuo assim. Por isso eu sempre troco de amigos, e sempre desejo boa sorte e me despeço deles na porta do abatedouro, quando eles resolvem entrar e eu prefiro seguir minha jornada. É, embora eu ainda pareça muito jovem e esteja em forma, também ganhei uns bons quilinhos, e até arranjei emprego "sério", mas a atitude não mudou em nada. Continuo resistindo, aprendendo cada vez mais e curtindo a pouca vida que nos resta a todos. Parece que o únicos rebeldes eram mesmo eu e mais 1 ou 2 que também não pareciam. É, as coisas mudam...
2 comentários:
Falta bem pouquinho para o facebook ficar igual o orkut. Espero ter juízo suficiente para perceber a hora de sair fora...hehe.
Muito interessante este post Alex. Gostei muito da conclusão a que você chega. No final o verdadeiro rebelde era você. Boa! :D
Quanto tempo nós discutimos isso não é? Impressionante o poder que a cartilha da vida tem sobre as pessoas. Difícil, quase impossível achar quem conscientemente resolve tomar outra direção. Recentemente eu tive uma fase de profunda avaliação dos meus conceitos, e cheguei a titubear, confesso. Mas ao final do processo vejo que ganhei com isso um fortalecimento daquilo que eu já acreditava ser bom para mim. Infelizmente com esse meu posicionamento deixo de conhecer muita gente. É comum pessoas se aproximarem de mim e quando eu digo com todas as letras que não quero casamento e filhos eles se afastam (depois dizem que homem não quer casar..rs). Paciência. Prefiro pagar o preço e ser sincera à viver uma situação de mentira só para me sentir mais "normal" perante todos. Posso garantir que vai ser para sempre assim? Nao. Mas no momento essa é a minha verdade.
E para o fatídico comentário: "É porque você não encontrou a pessoa certa", a resposta padrão é: "A pessoa certa pra mim não acredita em casamento e nem quer filhos". Simples assim. :)
Abraço Alex, uma boa semana para você.
Verdade... os verdadeiros rebeldes não são aqueles que dão show prá galera, seja conformando-se, seja fazendo ceninha de rebeldia. Eles estão é pouco de fu... pros outros.
E, realmente, no fim, QUASE TODOS se rendem, especialmente nesse campo aí tão visado do casamento. Isso no fim das contas é o mais importante na vida dos comuns. TUDO gora em volta disso, depois q "tomam jeito" na vida - ou mesmo antes. Eles devem pirar ao ver q p/ nós não faz falta alguma hahaha!
Ótima observação qto aos homens: eles querem casar sim, e são românticos tb. Só o fato de gostarem de sexo e chifrarem as esposas não significa q não gostem e não precisem de casamento, pois precisam tb. Ainda mais os latinos, são tão infantis e inseguros, q precisam de uma 2a mãe p/ cuidar deles.
Ótima resposta ao cliché tb. Vou dar uma ligeira adaptada pro meu caso e passar a usar tb hahahaha!
Se precisar, pq aqui é muito difícil ouvir essas coisas.
Valeu! Abração!
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