Entretanto, tal realidade está mudando. Depois de muitas lutas de doentes terminais por esse direito (sem sucesso), uma senhora aqui da Colúmbia Britânica, que sofre de doença degenerativa e incurável, conseguiu na justiça tal direito. Mas, por enquanto, como a lei ainda não foi mudada, a decisão aplica-se somente a ela, e não a qualquer pessoa na mesma situação. O debate agora é para que se mude a lei, e todos possam usufruir desse direito humano. Apesar da vitória, ainda cabe recurso do governo (que a igreja já está pedindo). Mas, caso haja recurso, será uma iniciativa muito impopular, ainda mais depois da referida senhora ter falado na TV, aliviada pela decisão e "implorado" para que o governo não apele para tirar dela o direito pelo qual ela tanto lutou. Seria uma atitude "imoral".
Aproveitando o assunto, vou fazer uma observação que eu sempre quis fazer aqui, mas até hoje tinha faltado ensejo: a serenidade com a qual a morte é encarada na cultura norte-americana. Como não são seres piegas e nem medrosos, as pessoas aqui demonstram uma atitude muito digna, calma, racional e bela quando sabem que vão morrer. Falam sobre isso na TV, com os amigos e familiares sem pânico, emoção ou auto-piedade. Como se fosse apenas mais um fato da vida - e realmente é. Admiro muitíssimo essa postura racional e pragmática. Poupa sofrimento e angústia a todos, além de ser muito elegante.
Gloria Taylor, que conquistou na justiça o direito a eutanásia |
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