sábado, 11 de junho de 2011

Imigrando só

Pelo menos onde estou, e desde quando cheguei, pude notar uma coisa muito marcante no perfil dos imigrantes em geral: a grande maioria vem para cá em família e, principalmente, no "esquema casalzinho". Os asiáticos tendem a ser os que mais se encaixam nesse perfil, pois são extremamente dependentes da estrutura familiar no dia-a-dia deles.

Quanto aos brasileiros também, obviamente, a grande maioria vem "casada" (oficialmente ou não) e, sem dúvida alguma, o fato de ter parceiro é o que dá força para muita gente que não sabe se virar sozinha ou teme a solidão em terras desconhecidas. Ou seja, não teriam vindo se fossem solteiros. Até empresas multinacionais já perceberam isso, e "exigem" que seus empregados se casem antes de mandá-los trabalhar em outro país.
Pessoalmente eu (e todo mundo) acho que tudo é mais fácil quando se tem um parceiro, mas é justamente aí que eu (e agora apenas eu) também vejo um problema: a facilidade nem sempre é uma coisa boa, porque ficamos acomodados, fechados no relacionamento, e assim deixamos de viver, aprender, experimentar e arriscar muita coisa - experiências sempre bem-vindas, seja no aspecto pessoal, cultural, profissional, sexual, etc. Ainda mais para quem quer explorar uma nova cultura com sabor de liberdade, e não apenas mudar de um lugar para outro. Me parece um grande desperdício de oportunidades e crescimento em nome do conforto. Nem que seja para nos conhecermos a nós mesmos, essa é uma enorme oportunidade.
É verdade que não vamos ficar sozinhos para sempre mas, para começar, um vôo solo por novos ares me parece o ideal. É muito mais aventura e aprendizado.  Mas, claro, não julgo quem discorda - é apenas o que eu penso e o que eu faço.

Falando agora dos solteiros (que são minoria), a maior parte é homem, claro - e mesmo assim são poucos. As mulheres geralmente vem de bagagem, atrás do marido - algumas têm participação ativa no processo todo, inclusive como aplicante principal, mas a maioria é aquela coisa mesmo... tem também as que vieram importadas por maridos "gringos", o que dá na mesma.
Já, eu, como gosto de pessoas destemidas e autônomas, adoro quando conheço mulheres que imigraram sozinhas, sem dono, em quem se encostar e nem medo de ser feliz. Tenho uma grande admiração por elas. Acabo de conhecer uma argentina na minha firma que fez isso. Baixinha, novinha, delicada, tímida, mas decidida e independente. Coisa rara. Quando ela me contou não resisti e até elogiei, para surpresa dela, que ainda não tinha parado para pensar nisso.

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